Não basta ser Pai, tem que participar!

sexta-feira, 9 de maio de 2008



Renato Vargens


Hoje no final da tarde, depois de um dia exaustivo, meu filho mais velho como comumente faz, foi ao treino de futebol. Contudo, antes de sair de casa, olhando em meus olhos espontaneamente disse:

- Pai, quer ver o meu jogo?

Confesso que naquele momento, minha vontade foi de lhe dizer que estava cansado, e que da próxima vez poderia contar comigo, no entanto, movido pelo Espírito Santo de Deus lhe disse:

- Vamos lá, será um prazer desfrutar de sua companhia!

O menino abriu um enorme sorriso nos lábios e imediatamente partimos para o local do treino. Lá chegando, sentei-me à arquibancada e durante uma hora aproximadamente fiquei junto ao alambrado assistindo uma boa partida de futebol.

Ao sair do treino fui levado a pensar na correria do dia-a-dia e na agenda cheia que muitas das vezes nos roubam momentos preciosos como esse. De fato, a vida moderna é uma grande correria, onde trabalho, estudo e outras atividades mais, ocupam quase que a totalidade do nosso tempo e em virtude deste corre-corre desenfreado não são poucas as vezes que nossas famílias e filhos sentem-se enormemente prejudicados.

Diante do frenesi da vida, fico a pensar na quantidade de crianças, pré-adolescentes e jovens que gostariam que seus pais lhe dessem um mísero minuto de atenção.

Caro leitor, por favor responda sinceramente: de que forma você tem lidado com o seu tempo? Por acaso você já se deu conta de que o fato de pais gastarem momentos com seus filhos contribuem significativamente para o desenvolvimento destes? Será que você entende que pais que participam da vida e da história de seus filhos cooperam veementemente para o desenvolvimento psico-social deste que em poucos anos virá ser um adulto?

Posso lhe dar uma sujestão? Que tal "chutar o balde?" O que acha de se contrapor ao frenesi da vida, dedicando mais tempo aos seus filhos, investindo neles através da amizade, parceria e companheirismo?

Lembre-se, criar filhos é muito mais do que suprir necessidades materiais, criar filhos significa participar, interagir,além de viver o mundo e no mundo daqueles aos quais tanto amamos.
Pense nisso!
Pr. Renato Vargens

Pai, Não seja um manual de regras

segunda-feira, 5 de maio de 2008




Augusto Cury

Os computadores são pobres engenhocas comparados à inteligência de qualquer criança, mesmo das crianças especiais. Mas insistimos em educar nossos filhos como se fossem aparelhos lógicos que precisam apenas seguir um manual de regras. Cada jovem é um mundo a ser explorado. Regras são boas para consertar computadores. Dizer “faça isso” ou “não faça aquilo”, sem explicar as causas, sem estimular a arte de pensar, produz robôs e não jovens que pensam.

Creio que 99% das críticas e das correções dos pais são inúteis, não influenciam a personalidade dos jovens. Além de não educar, elas geram mais agressividade e distanciamento. O que fazer? Surpreendê-los!

Pais brilhantes conhecem o funcionamento da mente para educar melhor. Eles têm consciência de que precisam ganhar primeiro o território da emoção, para depois ganhar o anfiteatro dos pensamentos e, em último lugar, conquistar os solos conscientes e inconscientes da memória, que é a caixa de segredos da personalidade. Eles surpreendem a emoção com gestos ímpares. Deste modo, geram fantásticos momentos educacionais.

Os pais podem ler durante décadas minha teoria, as idéias de Piaget, a psicanálise de Freud, as inteligências múltiplas de Gardner, a filosofia de Platão, mas, se não conseguirem encantar, ensinar a pensar e conquistar o armazém da memória dos seus filhos, nenhum estudo terá aplicabilidade e validade.

Surpreender os filhos é dizer coisas que eles não esperam, reagir de modo diferente diante dos seus erros, superar as suas expectativas. Por exemplo: seu filho acabou de levantar a voz para você. O que fazer? Ele espera que você grite e o castigue! Mas, em vez disso, você inicialmente se cala, relaxa e depois diz algo que o deixa pasmo: “Eu não esperava que você me ofendesse desse jeito. Apesar da dor que você me causou, eu amo e respeito muito você.” Após dizer essas palavras, o pai sai de cena e deixa o filho pensar. A resposta do pai abalará os alicerces de sua agressividade.

Se você quiser causar um impacto enorme no universo emocional e racional dos seus filhos, use de criatividade e sinceridade. Você conquistará os inconquistáveis. Se aplicar esses princípios no trabalho, tenha certeza de que você envolverá até os colegas mais complicados. Entretanto, não é apenas com um gesto que você garantirá a conquista, mas através de uma pauta de vida.

Se você educa a inteligência emocional dos seus filhos com elogios quando eles esperam uma bronca (Goleman, 1996), com um encorajamento quando eles esperam uma reação agressiva, com uma atitude afetuosa quando eles esperam um ataque de raiva, eles se encantarão e registrarão você com grandeza. Os pais se tornarão assim agentes de mudança.

Bons pais dizem aos filhos: “Você está errado.” Pais bri­lhantes dizem: “O que você acha do seu comportamento?” Bons pais dizem: “Você falhou de novo.” Pais brilhantes di­zem: “Pense antes de reagir.” Bons pais punem quando os filhos fracassam; pais brilhantes os estimulam a fazer de cada lágrima uma oportunidade de crescimento.

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Extraído do Livro: "Pais Brilhantes, Professores fascinantes".

Editora: Sextante