A Fonte da Vida

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008


“O meu povo cometeu dois pecados terríveis: eles me abandonaram, a mim, a Fonte de água da Vida, e construíram para si poços furados, que não prendem a água!” Jr 2.13

Um pouco antes de morrer o teólogo Karl Rahner disse: “Os cristãos de amanhã ou serão místicos ou não serão nada”.

Augusto Cury diz que em alguma parte da Terra há pessoas matando, ferindo, destruindo, digladiando por causa das suas ideologias e de suas verdades.

Descartes falou sobre habituar seu espírito a se alimentar de verdades e a não se satisfazer com falsas razões.

Francisco de Assis orou: “Senhor, fazei de mim um instrumento da vossa paz, onde há ódio, que eu leve o amor. Onde há ofensa, que eu leve o perdão. Onde há discórdia, que eu leve a união. Onde há dúvida, que eu leve a fé. Onde há erro, que eu leve a verdade. Onde há desespero, que eu leve a esperança. Onde há tristeza, que eu leve a alegria. Onde há desespero, que eu leve a esperança. Onde há trevas que eu leve a luz. Ó Mestre fazei que eu procure mais consolar que ser consolado; compreender que ser compreendido; amar que ser amado. Pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado, é morrendo que se vive para a vida eterna”.

É muito gostoso estar com pessoas que amamos e pelas quais nos sentimos amados. O povo de Israel não habituou seu espírito a se alimentar de verdades. Trocaram a amizade singular de Deus por falsas razões.

Filha (o) a vida só tem sentido quando está solidamente firmada sobre o amor, sobre a intimidade de uma amizade com Jesus, tudo mais é: “casa construída na areia, qualquer vento mais forte, qualquer chuva, qualquer enchente, ela cai e grande é a sua ruína (Mc 7,24-25)”.
Muitos decidiram cavar cisternas rotas. Desesperadamente buscam uma resposta que os satisfaça, que os plenifique. Enquanto não encontram, vão pulando de galho em galho, numa religião, numa seita, numa filosofia, num partido, num trabalho, num suposto amor, seja lá onde for querem uma resposta que os satisfaça. Desesperadamente correm em “circuito fechado” e exaustos desfalecem.

Filha (o) a “corrida de Jesus”, que através do Ministério da Salvação saiu da Casa do Pai e entro na pista do Mundo, andou, pregou, ensinou, trabalhou, passou fazendo o bem, sofreu, morreu, mas ressuscitou e assim deu sentido à nossa corrida e nos mostrou o Caminho, a Verdade e a Vida.

Karl Rahner disse que os cristãos seriam místicos ou nada. Creio que posso acrescentar que já são também workaholics, ou seja, os loucos por trabalho, por sucesso, por glória, os que trabalham pesado o marketing pessoal, possuindo muitas coisas, mas, ao mesmo tempo, vazios, carentes.

Filha (o) desmoronada a fé, o que fica? Que sentido tem a vida se tudo passa tudo acaba?
O povo cometeu dois pecados terríveis: eles abandonaram ao Senhor, a Fonte de água da Vida, e construíram para si poços furados, que não prendem a água e sofregamente bebem nas fontes do prazer, do poder, do possuir.

Filhinha (o) a vida precisa ser pensada no “lugar a parte”, no silêncio. Deus só nos fala ao coração quando tudo está tranqüilo. Não se trata só do silêncio externo, não só o da boca, mas principalmente o do coração.

A Palavra de Deus deve chegar não apenas ao ouvido, não só à mente, ao raciocínio, mas ao coração, é aí que ela cresce, desabrocha e dá frutos. A Palavra aquece o nosso coração: “Não se nos abrasava o coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” (Lc 24.32).

Assim como os discípulos, também nós estamos precisando que essa Palavra nos abrase e nos leve a avaliar como vai o nosso amor. Precisamos ver se não baixou a temperatura, perdeu o entusiasmo, esfriou (Ap 2.4) e então pedir a Jesus, fornalha ardente de amor, que renove no fogo do Seu amor, que faça transbordar de alegria e encha de paz cada coração, e assim os cristãos estarão vacinados contra o mal que está minando a vida de tanta gente.
Somente uma vida de amor, comunhão e participação pode levar ao mundo luz, calor, força, alegria e paz.

Cada pessoa é convidada a mergulhar no mistério da vida desse Deus vivo, de uma forma única e singular. Cada um de nós é chamado, de forma especial e única, a vir a este mundo, pois antes da criação do mundo, Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, nos escolheu para sermos santos e irrepreensíveis diante de seus olhos. Quando ainda estávamos no seio materno, Deus já nos tinha escolhido. Ele nos reservou desde o seio de nossa mãe.

Deus faz o convite e fica esperando a nossa resposta para poder realizar em nós as suas maravilhas. O Deus vivo nunca obriga ou impõe, porque respeita o dom da liberdade que nos deu. Aguarda que aceitemos ou não o seu convite. Esse Deus vivo declara: “Eu sou aquele que sou” (Ex 3.14). Eu sou tudo, para você, Eu estarei sempre com você. Eu o Senhor, estarei contigo em qualquer parte aonde fores (Js 1.9).

Não é possível que sejamos tão tolos. Esse Deus vivo, é a Fonte da vida; se abandonarmos esta Fonte, ficaremos secos, desidratados, sem vida. Sem essa Água viva não poderemos sobreviver. Os cristãos já deveriam ter aprendido a alimentar seu espírito com a verdade, mergulhar na Palavra de Deus para nela matarem sua sede e através dela tornarem-se aguadeiros para matar a sede de tantos que passam em seus caminhos, secos e sem vida. Sem essa Água viva serão místicos ou serão nada. Sem essa Água viva não alimentarão seus espíritos de verdade, mas viverão satisfeitos com falsas razões. Sem essa Água viva irão matar, ferir, destruir, digladiar por causa das suas ideologias e de suas verdades. Pense nisso!


“As tentações não suportam o nosso silêncio confiante na graça; assim como não suportam nosso descanso na cruz de Cristo”.

Rev. Caio Fábio